terça-feira, 21 de outubro de 2014

A mudança real

To vendo que jamais fiz arte pra ninguém. Tudo que fiz, não passa da exteriorização de diálogos internos, ideias que já não existem mais, ou que estão mais vivas que nunca; reais. Uma força que iria se manifestar de uma forma ou de outra: arte, discurso, música, publicidade... Tanto faz!! Os anseios criativos são por si só minha inspiração e precisei me voltar para dentro inúmeras vezes até entender que não tenho a obrigação de me prender a porra nenhuma, muito menos às expectativas de alguém. Agora não saio mais de lá...
Com o passar do tempo deixei de ser tão idealista, não tem nada há ver com alienação ou coisas do tipo, muito pelo contrário, acho que a aceitação de si e a adaptação às circunstâncias, muitas vezes se fazem necessárias... Todo esse papo furado - fazer parte de grupos, movimentos, buscar uma revolução - visto de fora, isso me parece tão limitante e pretensioso; tão fora da realidade. Vem a tona toda a futilidade e superficialidade... vitimismo conveniente é mato por aqui. Esse pensamento utópico dos revolucionários de plantão/fiscais do politicamente correto (que passam a vida lutando contra as tentações da Apple e Mc Donalds, e resistem bravamente, até onde podem) não é melhor, nem mais original que as ideias repetitivas que surgem nessa terra de ninguém - na verdade, não ouço alguém dizendo algo novo há um bom tempo - ouço apenas papagaios metidos a intelectuais; alguns escolhem a esquerda, outros a direita do poleiro e começam a falar.
Mas mudanças não acontecem lá fora. O que acontece lá fora é apenas masturbação. Coisa de gente que finge ser o que não é e gosta de aparecer para os outros, sentir o ego na estratosfera e ser aceito. Babaquice total.
É bom reconhecer que você só vai para o buraco se estiver engessado, sobrecarregado de vaidade e orgulho, e só sai de lá se deixar essa merda toda lá embaixo. Só então alguma coisa significativa acontece.


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